sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Em apoio a campanha 10% do PIB para a Educação Publica, Já! Manifesto Nacional na íntegra!


Carta de Lançamento da Campanha Nacional
Por que aplicar já 10% do PIB nacional 
na Educação Pública?

A educação é um direito fundamental de todas as pessoas. Possibilita maior protagonismo no campo da cultura, da arte, da ciência e da tecnologia, fomenta a imaginação criadora e, por isso, amplia a consciência social comprometida com as transformações sociais em prol de uma sociedade justa e igualitária. Por isso, a luta dos trabalhadores na constituinte buscou assegurá-la como “direito de todos e dever do Estado”.

No entanto, o Estado brasileiro, por expressar os interesses dos ‘donos do poder’, não cumpre sua obrigação Constitucional. O Brasil ostenta nesse início de século XXI, se comparado com outros países, incluindo vizinhos de América Latina, uma situação educacional inaceitável: mais de 14 milhões de analfabetos totais e 29,5 milhões de analfabetos funcionais (PNAD/2009/IBGE) – cerca de um quarto da população – alijada de escolarização mínima. Esses analfabetos são basicamente provenientes de famílias de trabalhadores do campo e da cidade, notadamente negros e demais segmentos hiperexplorados da sociedade. As escolas públicas – da educação básica e superior – estão sucateadas, os trabalhadores da educação sofrem inaceitável arrocho salarial e a assistência estudantil é localizada e pífia.

Há mais de dez anos os setores organizados ligados à educação formularam o Plano Nacional de Educação – Proposta da Sociedade Brasileira (II Congresso Nacional de Educação, II Coned, Belo Horizonte/MG, 1997). Neste Plano, professores, entidades acadêmicas, sindicatos, movimentos sociais, estudantes elaboraram um cuidadoso diagnóstico da situação da educação brasileira, indicando metas concretas para a real universalização do direito de todos à educação, mas, para isso, seria necessário um mínimo de investimento público da ordem de 10% do PIB nacional. Naquele momento o Congresso Nacional aprovou 7% e, mesmo assim, este percentual foi vetado pelo governo de então, veto mantido pelo governo Lula da Silva. Hoje o Brasil aplica menos de 5% do PIB nacional em Educação. Desde então já se passaram 14 anos e a proposta de Plano Nacional de Educação em debate no Congresso Nacional define a meta de atingir 7% do PIB na Educação em … 2020!!!

O argumento do Ministro da Educação, em recente audiência na Câmara dos Deputados, foi o de que não há recursos para avançar mais do que isso. Essa resposta não pode ser aceita. Investir desde já 10% do PIB na educação implicaria em um aumento dos gastos do governo na área em torno de 140 bilhões de reais. O Tribunal de Contas da União acaba de informar que só no ano de 2010 o governo repassou aos grupos empresariais 144 bilhões de reais na forma de isenções e incentivos fiscais. Mais de 40 bilhões estão prometidos para as obras da Copa e Olimpíadas. O Orçamento da União de 2011 prevê 950 bilhões de reais para pagamento de juros e amortização das dívidas externa e interna (apenas entre 1º de janeiro e 17 de junho deste ano já foram gastos pelo governo 364 bilhões de reais para este fim). O problema não é falta de verbas públicas. É preciso rever as prioridades dos gastos estatais em prol dos direitos sociais universais.

Por esta razão estamos propondo a todas as organizações dos trabalhadores, a todos os setores sociais organizados, a todos(as) os(as) interessados(as) em fazer avançar a educação no Brasil, a que somemos força na realização de uma ampla campanha nacional em defesa da aplicação imediata de 10% do PIB nacional na educação pública. Assim poderíamos levar este debate a cada local de trabalho, a cada escola, a cada cidade e comunidade deste país, debater o tema com a população. Nossa proposta é, inclusive, promover um plebiscito popular (poderia ser em novembro deste ano), para que a população possa se posicionar. E dessa forma aumentar a pressão sobre as autoridades a quem cabe decidir sobre esta questão.

Convidamos as entidades e os setores interessados que discutam e definam posição sobre esta proposta. A idéia é que façamos uma reunião de entidades em Brasília (dia 21 de julho, na sede do Andes/SN). A agenda da reunião está aberta à participação de todos para que possamos construir juntos um grande movimento em prol da aplicação de 10% do PIB na educação pública, consensuando os eixos e a metodologia de construção da Campanha.

Junho de 2011.


ASSINAM ESSE MANIFESTO: ABEPSS, ANDES-SN, ANEL, CFESS, COLETIVO VAMOS À LUTA, CSP-CONLUTAS, CSP-CONLUTAS/DF, CSP-CONLUTAS/SP, DCE-UFRJ, DCE-UnB, DCE-UFF, DCE UFRGS, ENECOS, ENESSO, EXNEL, FENED, MST, MTL, MTST/DF, MUST, MOV. MULHERES EM LUTA, OPOSIÇÃO ALTERNATIVA, CSP-CONLUTAS/RN, PRODAMOINHO, SEPE/RJ, SINASEFE, SINDSPREV, SINDREDE/BH, UNIDOS PRÁ LUTAR.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

A internet como meio não deve ser o fim.


          Revoltas populares na Palestina, Portugal, na praça Tahrir no Egito e na praça do sol na Espanha, reivindicações no chile e no Brasil, levante popular na Líbia, Grécia e outros inúmeros países Africanos, tiveram este ano um palco de lutas em comum. A internet através das redes sociais, antes vista apenas como símbolo de interação, ganha contorno marcadamente ativista. As mobilizações ao redor do mundo expressam uma forte tendência a tornar as redes sociais o principal palco de mobilização das massas para fins políticos.
           A exemplo do ocorrido na Grécia, onde os estudantes organizaram através de uma rede social as manifestações que culminaram com a queda do ditador Hosnir Mubarak, e da Espanha, onde 40 a 50 mil pessoas ocuparam a praça Porta do Sol e conseguiram a derrota nas urnas do presidente Zapatero e seu partido PSOE, no Brasil as redes também foram fundamentais para obtenção de importantes vitórias do povo.
           Como exemplo, no estado do Piauí estudantes e trabalhadores da capital, organizados atravé
s de um Fórum contra o abusivo aumento da passagem do Transporte público conseguiram com intensas mobilizações nas redes sociais, levar as ruas de Teresina uma verdadeira massa de indignados. No quinto dia de protesto cerca de 30 mil pessoas participaram de uma passeata pelas principais ruas da cidade.
           O enfrentamento com a polícia deixou inúmeros estudantes e trabalhadores feridos, muitos foram espancados. Em resposta os estudantes indignados com o descaso do Prefeito Elmano Férrer, a repressão da polícia e a criminalização da mídia incendiaram um ônibus em uma das principais avenidas da cidade. O ato contou com o apoio de significativa parcela da sociedade, mas foi duramente criminalizado pelos veículos de imprensa nacional e local. Como consequência o prefeito acuado revogou por trinta dias prorrogáveis por mais trinta o decreto que aumentava o valor da passagem de R$: 1,90 para R$: 2,10 e, acatou a reivindicação dos manifestantes para a instalação de uma auditoria nas planilhas de custo apresentadas pelos empresários do transporte público de Teresina.
           Mas, não podemos creditar apenas às redes sociais a obtenção de todas essas vitórias. Se por um lado a internet é o meio pelo qual a sociedade vem se organizando, por outro, a necessidade dessa organização é fruto da constatação real de um modelo político social e econômico falidos. O povo começa a despertar, através da análise de sua condição de vida, para a exploração imposta pelos grandes empresários e políticos, que visam em primeiro plano a obtenção de lucros mais vultosos e a perpetuação no poder. E é partindo desta constatação que surge na sociedade a ânsia por organizar-se.
           A sociedade civil organizada tem neste contexto um importante papel. É através da intensificação dos debates, estudos e das críticas promovidas pelas entidades representativas dos trabalhadores, estudantes e dos demais setores sociais engajados na luta por uma sociedade igualitária, que as massas envolvidas nas grandes manifestações puxadas pela internet, passarão de uma consciência superficial de sua exploração para uma consciência de classe e unificação das lutas.
           Neste contexto, as vitórias obtidas nas ruas não devem ter por finalidade apenas a obtenção imediata de determinadas reivindicações. Mas, fundamentalmente, devem ser o início do processo de conscientização das massas para o despertar de uma nova era, com novas lutas e novas conquistas.

Breno Botelho Ribeiro

domingo, 21 de agosto de 2011

Aos novos calouros de Comunicação Social, sobre certa menina.


SOBRE CERTA MENINA.
                           
          Certa vez conheci uma garota que me fez um convite, não entendi muito bem o que ela queria, parecia meio agressiva, um pouco sonhadora, mas conservava tamanha graça que me deixei levar por seus encantos. Logo de cara ela sussurrou docemente em meu ouvido poesias e palavras que me alertavam de um mundo que eu não conhecia. Depois ela pegou em minha mão e me arrastou por todos os cantos, de norte a sul, e eu sem reação ia ficando cada vez mais encantado.
          Com ela conheci muitas pessoas com quem me identifiquei. Todas elas tinham um grito engasgado no peito, uma vontade de dizer ao mundo aquilo que as palavras não sabem expressar. Depois ela disse que eu precisava conhecer sua família, então me levou a um lugar surpreendente, era a casa do povo, e lá eu vi o sofrimento e a miséria. Não contente essa garota olhou em meus olhos e disse: Essa agora também é a sua família, lute..., lute por ela.
           A partir desse dia não pude mais ser o mesmo, já não podia ver a fome com a mesma calma, nem a injustiça com indiferença, já não conseguia ver a ausência de futuro nos olhos de uma criança e não me importar. Nesse dia eu também gritei, gritei contra o aumento de passagem, gritei pela saúde, gritei bem auto pela educação, pela moradia, gritava por respeito, por justiça, pelos que se foram e por todos que ainda virão, e foi aí que entendi por que aquela menina tinha em suas mãos a cor do sangue, o sangue derramado de nosso povo.
          E quando olhei para os lados, eu também vi muitos outros gritando, eram novos, velhos, brancos, pretos, amarelos, eram homens, mulheres, homossexuais, bissexuais, heterossexuais, eram de todas as formas, de todos os credos, de todos os lugares. E sabe o que todos tínhamos em comum? A menina.
          Enquanto gritávamos, nem todos que nos ouviam entendiam muito bem, alguns nos chamavam de vândalos, outros de sonhadores, malucos, cada um dizia uma coisa. A imprensa por sua vez condenava o nosso grito, pois dizia “incomodar”. E era isso mesmo, queríamos incomodar, queríamos mostrar o nosso lado o de nossa nova “família”, o lado que a mesma imprensa calou a mãos de ferro.
          Sem dúvida eu já era outro, talvez não soubesse, mas aquela menina tinha mudado minha vida no momento em que a conheci. O nome dela? Chama-se ENECOS! E hoje o que eu posso te dizer sobre ela, é que se um dia ela sussurrar em seu ouvido não tenha medo.  Apenas se permita escutá-la.  
ENECOS (EXECUTIVA NACIONAL DOS (AS) ESTUDANTES DE COMUNICAÇÃO SOCIAL)
Breno Botelho Ribeiro

quinta-feira, 14 de julho de 2011

NOÉ PIAUIENSE

 
FIM DO MUNDO EM 2012 - A ARCA DE NOÉ (brasileira/Piauiense)

 
 
Um dia, o Senhor chamou Noé que morava no Brasil, mas precisamente em Teresina-PI e
ordenou-lhe:
- ANTES DE 21.12.2012 , 6 meses antes ,( NOVO FIM DO MUNDO) farei chover ininterruptamente durante 40 dias e 40 noites, até que o Brasil seja coberto pelas águas.

Os maus serão destruídos,
mas quero salvar os justos e um casal de cada espécie animal.
Vai e constrói
uma arca de madeira.
No tempo certo, os trovões deram o aviso e os relâmpagos cruzaram o céu.

Noé chorava, ajoelhado no quintal de sua casa,
quando ouviu a voz do Senhor soar furiosa, entre as nuvens:

- Onde está a arca, Noé?

- Perdoe-me, Senhor suplicou o homem.
Fiz o que pude, mas encontrei dificuldades imensas:

Primeiro tentei obter uma
licença da Prefeitura,
mas para isto, além das altas taxas para obter o
alvará,
me pediram ainda uma contribuição para a
campanha para eleição do prefeito.

Precisando de dinheiro, fui aos bancos e não consegui
empréstimo, mesmo aceitando aquelas
taxas de juros ...
O Corpo de Bombeiros
exigiu um sistema de prevenção de incêndio, mas consegui contornar, subornando um funcionário.

Começaram então os problemas com
o IBAMA para a extração da madeira.
Eu disse que eram ordens SUAS, mas eles só queriam saber se eu tinha um "Projeto de Reflorestamento " e um tal de
"Plano de Manejo ".

Neste meio tempo ELES descobriram também uns casais de
animais guardados em meu quintal..

Além da pesada multa, o fiscal falou em
"Prisão Inafiançável " e eu acabei tendo que matar o fiscal, porque,
para este crime, a lei é mais branda.

Quando resolvi começar a obra, na raça, apareceu o
CREA e me multou porque eu não tinha um Engenheiro Naval
responsável pela construção.

Depois apareceu
o Sindicato exigindo que eu contratasse seus marceneiros com garantia de emprego por um ano.
Veio em seguida a Receita Federal, falando
em
" sinais exteriores de riqueza " e também me multou.
Finalmente, quando a Secretaria  Municipal do Meio Ambiente pediu o " Relatório deImpacto Ambiental " sobre a zona a ser inundada, mostrei no mapa do Brasil, Piauí.

Aí, quiseram me internar
num Hospital Psiquiátrico!
Sorte que o
INSS estava de greve...

Noé terminou o relato chorando,
mas notando que o céu clareava e perguntou:
 

- Senhor, então não irás mais destruir Teresina?
- Não! - respondeu a Voz entre as nuvens
- Pelo que ouvi de ti, Noé,
cheguei tarde!
O governador Wilson Martins e o  prefeito Elmano Férrer já se encarregaram de fazer isso!
  AUTORIA: Nayara Suyanne

Crise Aeroportuária Brasileira

        
          Em Junho deste ano, no Aeroporto do Galeão, Rio de Janeiro, uma equipe de seis pessoas da Confederação Brasileira de Karatê, que iria para a Itália onde participariam do Campeonato Mundial, esperava a mais de nove horas pelo embarque em uma aeronave da empresa AZUL.
          “Saímos de Campinas às 13h30min, sendo que o voo estava marcado para as 10h. Chegamos às 14h no Rio, já são 22h e não recebemos sequer um copo com água da empresa. Além disso, ainda não disseram quando iremos embarcar e se iremos embarcar hoje”, informou o atleta Romildo Rodrigues. A empresa declarou que os atrasos eram devidos ao mal tempo em Campinas, que teria atrasado os demais voos da companhia. Porém este fato é resultado de algo que vai muito além de um simples problema meteorológico.
           A crise aeroportuária vem sendo empurrada com a barriga ao longo de muitos anos. Em uma primeira análise pode se dizer que ela é resultado de uma demanda cada vez maior do número de passageiros e serviços operacionalizados nos aeroportos Nacionais, que não contou proporcionalmente com a devida expansão de investimentos no setor. Mas, somente isto estaria muito vago para analisar uma situação que reflete na verdade uma clara estratégia implantada pelo Governo Federal desde a administração de FHC.
          O estancamento dos investimentos deve-se ao mesmo fator observado na Saúde, na Educação e nos demais setores da gestão pública Brasileira. O sucateamento é apenas a ponta do iceberg, o que está encoberto é a intenção de privatização tão demonizada pela gestão Petista, usada como poderosa arma de ataque nas campanhas eleitorais, mas que se tornou sua maior prática pós-campanha. Em maio deste ano o então Ministro Chefe da Casa Civil, Antônio Palocci, anunciou o início do processo de privatização dos principais aeroportos como saída para solucionar o problema do caos aéreo Brasileiro. A medida transferirá em primeiro plano para a iniciativa privada a administração dos três maiores aeroportos nacionais: Guarulhos, Brasília e Viracopos e posteriormente Galeão, no Rio, e Confins, em Belo Horizonte.
           Chega a ser vergonhoso pensar em um Estado que sucateia propositadamente os setores públicos para poder vendê-los a preços de banana a iniciativa privada. Infelizmente é desta triste realidade que padecemos em nosso país.
           Uma linha especial de financiamento já estaria sendo articulada pelo BNDES para atender aos grandes grupos estrangeiros, empresas aéreas e mega-empreiteiras que já se articulam para tomar o controle do setor aéreo de nosso país. Segundo o jornal O Globo, antes mesmo de divulgada as concessões, os grupos Camargo Côrrea, Andrade Gutierrez e Odebrecht já teriam constituído joint-ventures (parcerias) para gerir os aeroportos.
         Estudos divulgados pelo IPEA, revelam que em 2003 o número de passageiros que voavam no país era de 71 milhões. Em 2010 foi de 154 milhões, um crescimento de 117%. Esse mesmo documento constata que “apesar dos graves acidentes aéreos ocorridos em 2006 (GOL) e 2007 (TAM), que culminaram no chamado ‘apagão aéreo’, não houve uma reação do poder público em termos de reforço nos investimentos totais aeroportuários, que permaneceram estáveis no período (2006/2010).” Constata-se também que em 2010, dos 20 maiores aeroportos do país, 14 estavam em “situação crítica”, operando acima de sua capacidade. Como sempre a maior vítima deste jogo sujo chamado parcerias público privado (PPP’s) é a população, que atualmente é submetida a péssimos serviços prestados tanto por parte das empresas aéreas, quanto por parte dos aeroportos, e que, para ver uma possível resolução de tais problemas será onerada com o aumento das tarifas após a privatização do setor. Vale lembrar que falta pouquíssimo tempo para sediarmos uma Copa do Mundo e as Olimpíadas e continuamos empurrando nossos problemas para debaixo do tapete. Resultado do “desinteresse” de uma classe política que espelha o nível de consciência de nosso povo e o fracasso de nossa sociedade.
Fonte: Opinião Socialista

quinta-feira, 30 de junho de 2011

UMA VISÃO SOBRE O 1º CONGRESSO DA ANEL

Fundada em 2009 a ANEL( Assembléia Nacional de Estudantes - Livre) surgiu a partir da constatação de que a UNE (União Nacional dos Estudantes) histórica representante estudantil nos momentos mais repressivos  de nosso País como a Ditadura Militar, havia abdicado de sua postura crítica e de luta e passava cada vez mais a aceitar as reformas implantadas pelo Governo Federal de precarização da Educação Pública, e também não construía mais as lutas em defesa dos Trabalhadores e Trabalhadoras, que,  cada vez mais, viam-se explorados com cargas de trabalho abusivas, salários precarizados e uma concorrência desumana em consequência da estruturação de um estado Neoliberal.
     Em 2011 a ANEL realizou seu 1º Congresso Nacional que reuniu estudantes e entidades de todas as regiões do Brasil e também contou com a presença de estudantes Argentinos, Paraguaios, Espanhóis e Palestinos no Estado do Rio de Janeiro, em busca de uma alternativa de construção de lutas sólidas em favorecimento de uma Educação, Pública, Gratuita e de Qualidade, e o total apoio às lutas travadas pela classe trabalhadora em busca de condições dignas de trabalho. Este Congresso, que por si só já é histórico, foi permeado por diversos assuntos importantes com os debates da campanha por 10% do PIB para a Educação Pública já, as greves deflagradas em todo o Brasil, as lutas travadas pelos trabalhadores na Espanha, Grécia, Portugal, a repressão sofrida pelo povo Palestino, o apoio ao povo Líbio e contra a intervenção dos países Imperialistas, mas, sem dúvidas o principal ponto de discussão e convergência foi o apoio ou não a  greve dos Bombeiros do Rio de Janeiro. De um lado, estavam os que vêem  os Bombeiros como parte do braço repressor do Estado, portanto, não possuidores de méritos para a ajuda do Movimento Estudantil, pois, em todos os momentos históricos como a Ditadura Militar e até mesmo nas invasões das UPP’s aos morros Cariocas em que o povo ousou se posicionar contra o Estado, eles estavam ao lado da repressão, servindo-se da força contra o povo; Do outro lado, estavam os crentes que mesmo sendo os Bombeiros parte do braço de repressão do Estado, não poderiam ser fechados os olhos para a luta de trabalhadores e trabalhadoras por condições dignas de trabalho, e que, o fato de um braço do estado debelar-se contra o mesmo, chegando a abalar as suas estruturas governamentais não poderia passar despercebido justamente por aqueles que lutam contra um estado Neoliberal e tirano em todos os moldes de atuação. Ao final, a frase do Estudante Espanhol Adriano resume bem o que se tirou de resolução: “A praça do sol pode ser só o começo para acabar com o eclipse em que vivemos, a luta continua, todos somos Bombeiros!”
          O fim do 1º Congresso da ANEL não deixou apenas saudades das amizades, das discussões políticas, das intervenções e etc. Deixou principalmente a certeza de que através das lutas diárias em nossas Cidades, Estados e Países, podemos e devemos transformar as nossas praças em palcos de liberdade como a praça Tahrir no Egito e tantas outras pelo mundo, e, poder sem dúvida, um dia, alcançar uma sociedade mais justa, igualitária e principalmente mais humana. VAMOS A LUTA!

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Repressão Social

Não é de hoje que a repressão incide de forma truculenta sobre os movimentos sociais, dentre eles o movimento estudantil, que nada mais faz que reivindicar os direitos constitucionais usurpados por práticas políticas criminosas implantadas no Brasil após o Conselho de Washington para a implantação de um estado Neoliberal que desprivilegia as conquistas sociais obtidas na constituinte de 88. Mas, mesmo sabendo da recorrência de tais ações não podemos deixar de nos revoltar quando vemos, por exemplo, no inicio do ano estudantes em São Paulo ou agora em Vitória serem agredidos pela polícia após se manifestarem legitimamente contra os abusivos aumentos nas tarifas de transporte público, aliás, há de se rever o uso da palavra PÚBLICO no Brasil  após a implantação de sucessivos programas a nível Federal que transformaram todos os DIREITOS dos cidadãos em SERVIÇO, como a Saúde, a educação, o transporte, etc. Temos de nos questionar sempre a que ou a quem serve uma polícia que na teoria deveria fazer cumprir a lei mas que na prática é totalmente desconhecedora dos direito constitucionais, ou seja: não conhece a própria lei ou conhece apenas a lei que favorece os interesses da grande burguesia, sim porque jamais veremos a tropa de choque espancando os filhos de empresários reunidos nos Clubes de Golf. Também não podemos nos acostumar a ver a nossa mídia, cada vez mais, criminalizar tais movimentos sociais, amparada por ideologias e práticas não menos sujas que as práticas dos demais aparelhos de repressão, sem que possamos no mínimo questiona-la.

#SOSUESPI

A campanha SOS UESPI  tornou-se uma valiosa arma de pressão social contra os descasos da administração Estadual do Piauí. Hoje dia 15 de Junho, dia Nacional de luta em defesa das Universidades Estaduais, o movimento levou às ruas de Teresina toda a indignação da população com o constante sucateamento da Educação Pública em uma carreata que saiu do Campus Central da Universidade em direção a Assembléia Legislativa onde ocorria por coincidência a reunião que debateria a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias). A manifestação exigia dos Deputados além do aumento das verbas destinadas a Universidade a desvinculação de sua conta da Conta Única do Estado. Em um momento crucial para a Universidade onde Professores, Estudantes, e a sociedade em geral unem-se em prol de uma Educação Pública, Gratuita e de Qualidade todos se perguntam: onde estão os principais atores desta peça? Pois bem Excelentíssimo Governador do Estado Wilson Martins que se recusa a negociar com as classes grevistas cometendo um claro atentado a democracia, encontra-se em viagem a Brasília e pousa para fotos sorridente ao lado da Presidenta Dilma Roussef fazendo pouco ou nenhum caso da situação lastimável a qual estão submetidos os Trabalhadores e Estudantes do Estado. O Magnífico Reitor da UESPI Carlos Alberto Pereira que demonstra a cada fala, sua dualidade de caráter, ora servindo de porta voz do governo, ora querendo portar-se como representante da Universidade encontra-se neste exato momento em um tour pela Europa apreciando as belas paisagens Portuguesas, afinal porque preocupar-se com salários de fome dos professores se já afirmou em entrevista a uma emissora do Estado estar satisfeito com o que ganha como Professor? Resta ao povo oprimido e sem voz esta árdua luta pela decência em nosso Estado!


segunda-feira, 13 de junho de 2011

ATÉ QUANDO?


O retrato do flagelo Nacional. Trabalhadores Brasileiros são submetidos a salários de fome em cargas horárias escravistas e se ousam reivindicar por melhorias nas condições de VIDA ainda são presos e processados. Um Estado que não se sabe a quem serve, e uma Justiça que serve a quem pode pagar: BRASIL! 
 

Nosso Tempo

 Sou estudante da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), uma entre tantas que está em greve no Brasil. Hoje fizemos algo rotineiro em um processo de greve, tentamos conscientizar professores e estudantes que persistem em permanecer em sala por não quererem ver as situações que nos estão impostas.
Hoje tive contato com estudantes universitários, repito ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS que me fizeram ter a certeza que não precisamos estudar a Idade Média, porque ainda a vivenciamos. Sim, podemos ler os livros proibidos, mas nem pense em praticá-los; Sim, podemos querer uma educação melhor, mas nem pense em lutar por ela; Podemos querer uma saúde melhor, mas nem pense em exigi-la; Podemos querer transportes públicos decentes, mas nem pense em reivindicá-los.
Vivemos em uma época que todos falam e poucos agem, que muitos querem e poucos ousam buscar, que mais se fala em liberdade de expressão e mais se censura a expressão do povo. Vivemos no tempo em que não arrancam os nossos olhos mas nos implantam o medo de ver, pois como diz Galeano “É tempo do medo” Este é o tempo em que aqueles que ousam questionar são espancados pela polícia e execrados pela mídia, é neste tempo que exaltamos a burguesia que nos rouba e condenamos os trabalhadores que tentam sobreviver, que nos indignamos se deixam de transmitir um jogo de futebol, mas nos é indiferente ver a polícia espancando estudantes e trabalhadores, que ao final de uma matéria  que nos revolta dizemos “Este país é uma vergonha” e continuamos MUDOS, SURDOS e CEGOS. Quando é tempo de agir preferimos nos eximir, calar a nossa boca não precisa, pois já não temos voz, já não temos vez! A voz e a vez estão com aqueles que podem pagar um horário nobre na TV. Este é o nosso tempo, aqui impera a lei da amnésia coletiva! Alguns dizem: “O FUTURO JÁ CHEGOU”. Quero crer que não!