quinta-feira, 30 de junho de 2011

UMA VISÃO SOBRE O 1º CONGRESSO DA ANEL

Fundada em 2009 a ANEL( Assembléia Nacional de Estudantes - Livre) surgiu a partir da constatação de que a UNE (União Nacional dos Estudantes) histórica representante estudantil nos momentos mais repressivos  de nosso País como a Ditadura Militar, havia abdicado de sua postura crítica e de luta e passava cada vez mais a aceitar as reformas implantadas pelo Governo Federal de precarização da Educação Pública, e também não construía mais as lutas em defesa dos Trabalhadores e Trabalhadoras, que,  cada vez mais, viam-se explorados com cargas de trabalho abusivas, salários precarizados e uma concorrência desumana em consequência da estruturação de um estado Neoliberal.
     Em 2011 a ANEL realizou seu 1º Congresso Nacional que reuniu estudantes e entidades de todas as regiões do Brasil e também contou com a presença de estudantes Argentinos, Paraguaios, Espanhóis e Palestinos no Estado do Rio de Janeiro, em busca de uma alternativa de construção de lutas sólidas em favorecimento de uma Educação, Pública, Gratuita e de Qualidade, e o total apoio às lutas travadas pela classe trabalhadora em busca de condições dignas de trabalho. Este Congresso, que por si só já é histórico, foi permeado por diversos assuntos importantes com os debates da campanha por 10% do PIB para a Educação Pública já, as greves deflagradas em todo o Brasil, as lutas travadas pelos trabalhadores na Espanha, Grécia, Portugal, a repressão sofrida pelo povo Palestino, o apoio ao povo Líbio e contra a intervenção dos países Imperialistas, mas, sem dúvidas o principal ponto de discussão e convergência foi o apoio ou não a  greve dos Bombeiros do Rio de Janeiro. De um lado, estavam os que vêem  os Bombeiros como parte do braço repressor do Estado, portanto, não possuidores de méritos para a ajuda do Movimento Estudantil, pois, em todos os momentos históricos como a Ditadura Militar e até mesmo nas invasões das UPP’s aos morros Cariocas em que o povo ousou se posicionar contra o Estado, eles estavam ao lado da repressão, servindo-se da força contra o povo; Do outro lado, estavam os crentes que mesmo sendo os Bombeiros parte do braço de repressão do Estado, não poderiam ser fechados os olhos para a luta de trabalhadores e trabalhadoras por condições dignas de trabalho, e que, o fato de um braço do estado debelar-se contra o mesmo, chegando a abalar as suas estruturas governamentais não poderia passar despercebido justamente por aqueles que lutam contra um estado Neoliberal e tirano em todos os moldes de atuação. Ao final, a frase do Estudante Espanhol Adriano resume bem o que se tirou de resolução: “A praça do sol pode ser só o começo para acabar com o eclipse em que vivemos, a luta continua, todos somos Bombeiros!”
          O fim do 1º Congresso da ANEL não deixou apenas saudades das amizades, das discussões políticas, das intervenções e etc. Deixou principalmente a certeza de que através das lutas diárias em nossas Cidades, Estados e Países, podemos e devemos transformar as nossas praças em palcos de liberdade como a praça Tahrir no Egito e tantas outras pelo mundo, e, poder sem dúvida, um dia, alcançar uma sociedade mais justa, igualitária e principalmente mais humana. VAMOS A LUTA!

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Repressão Social

Não é de hoje que a repressão incide de forma truculenta sobre os movimentos sociais, dentre eles o movimento estudantil, que nada mais faz que reivindicar os direitos constitucionais usurpados por práticas políticas criminosas implantadas no Brasil após o Conselho de Washington para a implantação de um estado Neoliberal que desprivilegia as conquistas sociais obtidas na constituinte de 88. Mas, mesmo sabendo da recorrência de tais ações não podemos deixar de nos revoltar quando vemos, por exemplo, no inicio do ano estudantes em São Paulo ou agora em Vitória serem agredidos pela polícia após se manifestarem legitimamente contra os abusivos aumentos nas tarifas de transporte público, aliás, há de se rever o uso da palavra PÚBLICO no Brasil  após a implantação de sucessivos programas a nível Federal que transformaram todos os DIREITOS dos cidadãos em SERVIÇO, como a Saúde, a educação, o transporte, etc. Temos de nos questionar sempre a que ou a quem serve uma polícia que na teoria deveria fazer cumprir a lei mas que na prática é totalmente desconhecedora dos direito constitucionais, ou seja: não conhece a própria lei ou conhece apenas a lei que favorece os interesses da grande burguesia, sim porque jamais veremos a tropa de choque espancando os filhos de empresários reunidos nos Clubes de Golf. Também não podemos nos acostumar a ver a nossa mídia, cada vez mais, criminalizar tais movimentos sociais, amparada por ideologias e práticas não menos sujas que as práticas dos demais aparelhos de repressão, sem que possamos no mínimo questiona-la.

#SOSUESPI

A campanha SOS UESPI  tornou-se uma valiosa arma de pressão social contra os descasos da administração Estadual do Piauí. Hoje dia 15 de Junho, dia Nacional de luta em defesa das Universidades Estaduais, o movimento levou às ruas de Teresina toda a indignação da população com o constante sucateamento da Educação Pública em uma carreata que saiu do Campus Central da Universidade em direção a Assembléia Legislativa onde ocorria por coincidência a reunião que debateria a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias). A manifestação exigia dos Deputados além do aumento das verbas destinadas a Universidade a desvinculação de sua conta da Conta Única do Estado. Em um momento crucial para a Universidade onde Professores, Estudantes, e a sociedade em geral unem-se em prol de uma Educação Pública, Gratuita e de Qualidade todos se perguntam: onde estão os principais atores desta peça? Pois bem Excelentíssimo Governador do Estado Wilson Martins que se recusa a negociar com as classes grevistas cometendo um claro atentado a democracia, encontra-se em viagem a Brasília e pousa para fotos sorridente ao lado da Presidenta Dilma Roussef fazendo pouco ou nenhum caso da situação lastimável a qual estão submetidos os Trabalhadores e Estudantes do Estado. O Magnífico Reitor da UESPI Carlos Alberto Pereira que demonstra a cada fala, sua dualidade de caráter, ora servindo de porta voz do governo, ora querendo portar-se como representante da Universidade encontra-se neste exato momento em um tour pela Europa apreciando as belas paisagens Portuguesas, afinal porque preocupar-se com salários de fome dos professores se já afirmou em entrevista a uma emissora do Estado estar satisfeito com o que ganha como Professor? Resta ao povo oprimido e sem voz esta árdua luta pela decência em nosso Estado!


segunda-feira, 13 de junho de 2011

ATÉ QUANDO?


O retrato do flagelo Nacional. Trabalhadores Brasileiros são submetidos a salários de fome em cargas horárias escravistas e se ousam reivindicar por melhorias nas condições de VIDA ainda são presos e processados. Um Estado que não se sabe a quem serve, e uma Justiça que serve a quem pode pagar: BRASIL! 
 

Nosso Tempo

 Sou estudante da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), uma entre tantas que está em greve no Brasil. Hoje fizemos algo rotineiro em um processo de greve, tentamos conscientizar professores e estudantes que persistem em permanecer em sala por não quererem ver as situações que nos estão impostas.
Hoje tive contato com estudantes universitários, repito ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS que me fizeram ter a certeza que não precisamos estudar a Idade Média, porque ainda a vivenciamos. Sim, podemos ler os livros proibidos, mas nem pense em praticá-los; Sim, podemos querer uma educação melhor, mas nem pense em lutar por ela; Podemos querer uma saúde melhor, mas nem pense em exigi-la; Podemos querer transportes públicos decentes, mas nem pense em reivindicá-los.
Vivemos em uma época que todos falam e poucos agem, que muitos querem e poucos ousam buscar, que mais se fala em liberdade de expressão e mais se censura a expressão do povo. Vivemos no tempo em que não arrancam os nossos olhos mas nos implantam o medo de ver, pois como diz Galeano “É tempo do medo” Este é o tempo em que aqueles que ousam questionar são espancados pela polícia e execrados pela mídia, é neste tempo que exaltamos a burguesia que nos rouba e condenamos os trabalhadores que tentam sobreviver, que nos indignamos se deixam de transmitir um jogo de futebol, mas nos é indiferente ver a polícia espancando estudantes e trabalhadores, que ao final de uma matéria  que nos revolta dizemos “Este país é uma vergonha” e continuamos MUDOS, SURDOS e CEGOS. Quando é tempo de agir preferimos nos eximir, calar a nossa boca não precisa, pois já não temos voz, já não temos vez! A voz e a vez estão com aqueles que podem pagar um horário nobre na TV. Este é o nosso tempo, aqui impera a lei da amnésia coletiva! Alguns dizem: “O FUTURO JÁ CHEGOU”. Quero crer que não!