segunda-feira, 13 de junho de 2011

Nosso Tempo

 Sou estudante da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), uma entre tantas que está em greve no Brasil. Hoje fizemos algo rotineiro em um processo de greve, tentamos conscientizar professores e estudantes que persistem em permanecer em sala por não quererem ver as situações que nos estão impostas.
Hoje tive contato com estudantes universitários, repito ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS que me fizeram ter a certeza que não precisamos estudar a Idade Média, porque ainda a vivenciamos. Sim, podemos ler os livros proibidos, mas nem pense em praticá-los; Sim, podemos querer uma educação melhor, mas nem pense em lutar por ela; Podemos querer uma saúde melhor, mas nem pense em exigi-la; Podemos querer transportes públicos decentes, mas nem pense em reivindicá-los.
Vivemos em uma época que todos falam e poucos agem, que muitos querem e poucos ousam buscar, que mais se fala em liberdade de expressão e mais se censura a expressão do povo. Vivemos no tempo em que não arrancam os nossos olhos mas nos implantam o medo de ver, pois como diz Galeano “É tempo do medo” Este é o tempo em que aqueles que ousam questionar são espancados pela polícia e execrados pela mídia, é neste tempo que exaltamos a burguesia que nos rouba e condenamos os trabalhadores que tentam sobreviver, que nos indignamos se deixam de transmitir um jogo de futebol, mas nos é indiferente ver a polícia espancando estudantes e trabalhadores, que ao final de uma matéria  que nos revolta dizemos “Este país é uma vergonha” e continuamos MUDOS, SURDOS e CEGOS. Quando é tempo de agir preferimos nos eximir, calar a nossa boca não precisa, pois já não temos voz, já não temos vez! A voz e a vez estão com aqueles que podem pagar um horário nobre na TV. Este é o nosso tempo, aqui impera a lei da amnésia coletiva! Alguns dizem: “O FUTURO JÁ CHEGOU”. Quero crer que não! 

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